quinta-feira, 29 de abril de 2010

THE LOOK THROUGH THE WINDOW, short story


"What if I was smiling and running into your arms, would you see then, what I see now?" (Christopher Johnson McCandless, Into the wild)

1st chapter


"Oh, it was to be so jolly good! What a game! Such excitement they hadn't know in years. The children ran this way and that across the green lawns, shouting at each other, holding hands, flying in circles, climbing trees, laughting. Overhead the rockets flew, but the children played on. Such fun, such tremulous joy, such tumbling and heavy screaming..." - Jane stopped reading for a minute - "Kevin, are you listening to the story?"


Kevin could see everything from his window. How he liked to see people outside playing and walking, how he lives to dream about, perhaps, one day, there will be no strange people walking on the street, but he.


"Sorry Jane, I was a little distracted" - whispered Kevin - "Can you go on, please?"

"Listen Kevin, do you want to go for a walk? I know you always dream about being normal but you'll have to wait, you know the doctors are doing the best they can. Just believe in it."

"It's not that simple! You don't know how it is Jane! You don't know how difficult it is!"


Kevin was about to cry, he was very sensitive since that car accident that killed his parents and made him incapacitated to walk. He can't bear the fact that, maybe, he'll never walk again.


"Can you just leave, please?" - murmured Kevin


Jane was his best friend, she met him six years ago, when they were nine years old, at the park, while they were playing hide and seek. She has beautiful blonde hair and deep brown eyes, the type of girl every boy wishes for. But most importantly, she was a girl with a very big heart. When Kevin had the accident and went to hospital, she visited him every single day and at the weekends, she used to fall asleep there. They became very close then.


"Sure" - answered Jane - "call me as soon as you need me, I'll miss you"

"I'll miss you too"


As soon as she left, he crept himself to get a piece of a paper and a pen. He was a beautiful writer. He could write all the type of stories, romances, scripts...He was a "words-boy", but he never share that with anybody. He was a little bit shy and though that things like that were meant not to be read.

He used to look through the window, sitting in his bed, and write his thoughts. He used to dream about another reality, where he had legs that can run and walk, like every boy his age. But he has no success in making his dreams come true. He know what he wants but he doesn't know how to turn it real.

O FILME DA MINHA VIDA



Jack: where to miss?

Rose: To the stars...



Bastou apenas uma vez. Uma vez em que chorei perdidamente e afoguei as lágrimas no casaco da minha avó, aqueles casacos quentinhos de lã, ainda feitos à mão. Uma vez em que me ri só por uma pequena frase, sem sentido nem contexto. Uma vez em que me sentei no sofá durante horas e nunca tirei os olhos do ecrã. Uma vez chegou, para eu poder afirmar que aquele era, sem dúvida: o filme da minha vida.


Durante dias, semanas e até mesmo durante meses, eu tinha um pequeno ritual. Um ritual que era só meu: sentava-me no sofá diante da pequena caixa mágica, por cima do móvel, colocava o DVD em Play e contemplava-me com as belas e doces palavras do ínicio do filme "Treze metros...já o deves ver." O filme começara e eu jamais me levantaria até ao seu final. Três horas e catorze minutos na mesma posição, a sentir uma paixão entre duas pessoas distintas mas iguais, a fazer parte da história à qual não pertencia, a viver um sonho que não era meu.


Entranhei-me tanto nas histórias que ouvi, nos enredos do filme, nos boatos espalhados, que, fiz dele, parte de mim. A toda a hora citava frases do filme, pequenos conjuntos de sílabas e versos vazios, míseras citações para alguns, mas que, para mim, marcavam!


Em tempos pensei ser a única dependente daquele romancismo dramático, mas esses tempos mudaram. Não há muito, dia 21 de Janeiro de 2010, enquanto falava com um amigo meu, Ricardo, pela Internet, vim a saber que ele também tinha um filme favorito, que, por acaso, coincidia com o meu. Já sabia que partilhávamos de vários gostos idênticos mas nunca pensei que ele passara a sua infância e adolescência tal qual como eu passara a minha: agarrada ao comando da televisão, de boca aberta e os olhos embaciados, devido ao choro evitado. Deve ter sido das primeiras vezes em que não me achei fora do comum por ver um filme dias seguidos, vezes sem conta. Ele próprio afirmara: "Quando tinha seis anos, tive de comprar uma segunda cassete! A outra estragou-se, vá se lá saber porquê..."


Agora pergunto-me, como é que uma criança, de seis anos, gosta de estar incapaz de se mover, durante tanto tempo, só por um drama romãntico estar, indefinidamente, a passar na televisão?


De todas as razões que encontrei apenas uma me pareceu a mais indicada: qualquer criança procura uma boa história, seja ela triste ou alegre, sombria ou cheia de cor...apenas tem de ter princípio, meio e fim, apenas tem de ter lógica, apenas precisa de ser cativante!


E penso que seja isso que nos prende ao filme, a sua maravilhosa história, que nos encanta desde a idade na qual, supostamente, quereríamos brincar com bonecas e correr no parque, até à idade na qual não nos apetece fazer nada, porque nos cansamos com facilidade.

E é esse tipo de história que TITANIC nos oferece. Uma história de um amor trágico entre Jack Dawson e Rose DeWitt Bukater. Uma história que me toca já desde há muitos anos.


Em suma, uma das histórias que fazem parte da minha vida.

sábado, 24 de abril de 2010

I DON'T NEED NO DOCTOR!

Parem! Eu estou bem!

Não me pressionem!


Larguem-me!


Eu sei o que faço, sei o que quero. A vida pode ter-me pregado uma partida, mas jamais me apanhará noutra.


Escusam de me tentar baralhar as ideias, sei para onde vou, assim que puder. Não me venham com conversas de ser perigoso ou não, não me digam o que devo ou não fazer, porque, simplesmente, não vou ouvir! Sou determinada!


Deixei de ser influenciada na noite em que me puseram ao nível do chão, a tentar lavar o mar de lágrimas que pingava copiosamente dos meus olhos, no dia em me deram um coração pesado para as mãos e me deixaram ao cargo o seu funcionamento.


Vi-o abrandar cada compasso, cada batida, cada sonido...até que parou, simplesmente, parou. Desde essas pesarosas horas da noite, que me olhei ao espelho e mudei. Se queria marcar a diferença, a primeira coisa que tinha de fazer era olhar para o reflexo da pessoa que via no espelho...Era mudar-me a mim mesma.


Deixei de rir, e chorar? Chorava por não ter mudado mais cedo. Chorava por ter vivênciado um acontecimento tão amargo, em tão tenra idade. Chorava por saber que tal como me sucedeu a mim, mil e uma pessoas estariam na mesma situação. E porquê?
Porquê?


Porquê que tinha de ser assim tão difícil ? Sempre houve perdas no mundo, porquê que não nos habituámos já a isso. Porquê que por muito que aconteça, parece que sempre é a primeira vez?


Passei a ser directa com as palavras, a ser fria com as verdades, mas eu estou bem! Não preciso de médicos! Só precisava...Dele.
I DON'T NEED NO DOCTOR, 4 Floors Up

terça-feira, 20 de abril de 2010

Aos meus 18 anos


Tinha 18 anos nessa altura.
Levava a vida
A rir e a cantar;
P'ra mim, tudo era Sol, tudo doçura;
Canseiras, não as tinha de maior,
Nem supunha que pudesse existir;
Porém um dia...
Elas vieram sem eu esperar!
É que...sem dar por isso, sem sentir,
Deixei-me apaixonar...
Então, desde essa hora, para mim
A vida começou d'outra maneira;
Já não ria tanto...nem cantava;
E já então,
Havia algo de canseira que me parecia ilusão!
É que eu...amava...
E logo tão loucamente
Que senti preso a esse Ente querido, o meu pobre coração;
Mas ele...não amava...ah! Ele não.
Passou tempo...
Uma noite em que eu velava,
Pareceu-me ouvir uma voz...que me dizia a sorrir:
Não te queiras iludir;
Olha:
São os teus 18 anos que assim te fazem sofrer;
E tu, tu precisas de viver.
Vê como dantes vivias...
Feliz sem esses pensares;
E tu podes, se quiseres, voltar ao mesmo...
E não amares.
Vê como a vida era linda,
E lhe encontravas doçura!
Assim, ela é toda lágrimas, toda dor, toda tortura...
Eu, vim falar-te esta noite
Porque te quero ver sorrir;
E, ainda mais...p'ra pedir, ao teu pobre coração,
Não ames, não te queiras iludir,
Olha que os 18 anos, é idade de ilusão.
Acordei de repente, e vi-me só...
De quem seria essa voz que me falou?
Desconhecia...mas, fiquei contente,
Pois na minha vida ainda tinha,
Quem de mim tivesse dó!
Porém, aquela voz fez-me bem,
De mim afastei loucuras, que me faziam demente;
E o meu pobre coração,
Nunca mais teve torturas.
Agora...vivo feliz novamente,
Convencida e com razão:
Que esses meus 18 anos,
Foram dias de ilusão!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

GANANCIOSOS!


Preferem o dinheiro, à vida.
Obrigam as pessoas a pedir e a rastejar por uma migalha de pão. Descem-nas o mais que podem na humilhação. E depois riem-se. Riem-se noite e dia, riem-se nas festas, enquanto seguram num copo de champagne, riem-se em casa, quando o filho de três anos brinca com a comida, riem-se quando experimentam mistura-la, e fazem caretas para a engolir, riem-se e riem-se, sem parar. Sempre o mesmo riso: sarcástico, humilhante, frio...
Não compreendem as notícias do telejornal, quando dizem que mais de uma dezena de pessoas morreram à fome, não sabem ler quando no cabeçalho do jornal sobressai o título "Crise de fome em África", não sabem respeitar os outros.
Passam por um mendigo na rua, olham e voltam a olhar. Observam com atenção. Porque será que ele está sentado? Não tem uma perna? Não gosta de exercício físico? Não tem paciência para estar de pé? São perguntas como estas que nos atrasam o pensamento, e quando finalmente somos atingidos com a questão "Deveria atirar-lhe alguma coisa?" já é tarde de mais...o pobre senhor já está longe, no horizonte das nossas vidas...provavelmente nunca mais o voltaremos a ver, quiçá seja o seu último dia de vida e nós, não nos preocupamos minimamente em saber do seu estado de saúde, apenas o avaliamos.
Por vezes penso em sentar-me simplesmente a seu lado, podemos não trocar palavra por palavra, podemos nem sequer olhar um para o outro, mas só o facto de estarmos juntos faz com que a nossa vida esteja mais competa, quem sabe aquele senhor/a, aquele menino/a que esteja ali sentado seja, o meu maior amigo, o meu confidente. Seja quem mais venha a admirar.
De certo que terá histórias dramáticas para contar, talvez apenas a sua história de vida seja um drama, repleto de emoções e tortura, quiçá seja algo de estraordinária e mercedora de atenção.
Porventura seja a nossa vida em palavras melancólicas e pesarosas.

Life's a climb, but the view is great! :)

Renegamos o mundo, renegamos a vida. Temos tendência a não aceitar as verdades, a acariciar os enganos propositados. Temos tendência para o abismo, para a desilusão.

Vestimos-nos de vícios e mentiras e caminhamos alegremente por entre as ruas sombrias da nossa vida, procuramos uma encruzilhada, pela qual sempre esperámos, mas quando ela chega, não temos bem a certeza do que havemos de escolher. Estarei certa? Estarei errada? Direita ou esquerda?


Deliciamos-nos com uma sociedade cheia de regras e leis, uma sociedade doente à qual ninguém consegue fugir. Tentamos desviar a rota e passar ao lado das obrigações, desejamos que ninguém nos veja fazê-lo, mas arrependemos-nos.

Vivemos a vida a correr e não aproveitamos o que de melhor temos, não aproveitamos a escola. Achamos uma perda de tempo carregar livros e ouvir palestras, afinal, temos sempre algo de melhor para fazer, no entanto, talvez seja tarde de mais, quando quisermos recuperar a juventude e viver novamente rodeada daqueles grandes amigos que partilhavam connosco, esta nossa segunda casa.

Ganhamos hábitos e manias, acostumamos-nos ao poder e quando já não o temos sentimos-nos perdidos...sentimos que algo de muito importante em nós desapareceu. Sentimos-nos nus.
Mas será verdade? Ou será apenas ilusão? Um estado psicológico ao qual nos agarramos constantemente como um bebé se agarra às saias da avó!
Não precisamos de máquinas, robôs ou até mesmo poder...só precisamos de sentir a paixão, de morrer na tristeza, precisamos de nos sentir vivos.

Magoamos-nos constantemente a nós próprios, fazemos com que os nossos olhos só vejam aquilo que nos convém e quando uma gota de água salgada nos corre pela face, formando um rio que nos lava os olhos, vemos a verdade. Vemos aquilo que nos fez chorar, vemos o que provocou o rio.

Quanto mais dura é a vida, mais intensamente a vivemos. Mais chorámos, mais rimos, mais sentimos...mais vivemos. Só quem sente a dor é capaz de sentir a alegria. Só quem sofre, é capaz de sorrir verdadeiramente.

Só uma pequena minoria é capaz de dizer "Estou vivo".

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